Servidores da Comarca de Praia Grande, com apoio da Assojubs e Sintrajus, reuniram-se na tarde desta sexta-feira, 6 de fevereiro, à entrada do Fórum para protestar por melhores condições de trabalho e mostrar à população, advogados, jurisdicionados e imprensa a situação enfrentada diariamente por eles durante a atividade profissional.
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Servidores da Comarca de Praia Grande reunidos à entrada do Fórum em um protesto
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Além da falta de climatização, um dos motivos do ato foi o estado caótico em que o imóvel ficou devido às fortes chuvas ocorridas nos dias 21 e 22 de janeiro. O grande volume de água e a falta de manutenção no Fórum foram a combinação perfeita para deteriorar - ainda mais! - a estrutura deficitária apresentada pelo Tribunal de Justiça na sede judiciária local.
Por dois dias não houve atendimento e o prédio ficou fechado. Unidades cartorárias e gabinetes de juízes ficaram alagados, impossibilitando os servidores de permanecerem nas salas e realizarem seus serviços, sem falar dos equipamentos danificados, goteiras enormes, perigo de queda da laje, rede elétrica encharcada e odor extremamente desagradável por conta das fezes de ratos e pombos misturados à água, o que pode transmitir doenças.
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A mobilização dos trabalhadores foi para reinvindicar melhores condições de trabalho
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Como bem lembrou o presidente da Assojubs, Alexandre dos Santos, o Tribunal de Justiça toca muito na questão do processo digital e sua celeridade, mas como chegar a esse ponto se o Órgão não proporciona a valorização de seus recursos humanos, seus servidores? "Aqui em Praia Grande a situação não é diferente das comarcas da região e muitas do Estado. São condições desumanas e degradantes. Por isso devemos sair de nossos cartórios e reivindicar, sim!", ressaltou.
Michel Iorio Gonçalves, coordenador do Sintrajus, lembrou a questão do corporativismo dentro do Tribunal, pois enquanto a magistratura dispõe de instalações confortáveis, os funcionários tem que trabalhar em locais sem climatização, com maquinário obsoleto, conexão lenta e com adaptações para que os equipamentos funcionem, a popularmente chamada "gambiarra": "Isso tem que acabar, os direitos devem ser iguais.
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Eles mostraram à população, advogados, jurisdicionados e imprensa a situação enfrentada diariamente
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A falta de refrigeração na Comarca é tão crítica que alguns servidores passam a maior parte do dia de chinelos porque usar tênis ou sapatos se torna desconfortável nessas altas temperaturas. "Assim como nós devemos respeito ao Tribunal, o Órgão também nos deve respeito, afinal, estamos trabalhando para ele e fazendo a máquina do Judiciário andar", frisou um dos manifestantes ao microfone.
Em nota enviada esta semana à Assojubs, a Diretoria do Departamento de Administração da 7ª Região Administrativa Judiciária (Daraj 7), da qual a Comarca de Praia Grande integra, conduzida por Valdir Ricardo Lima Pompêo Marinho, juiz responsável, informou que providências que estão sendo tomadas quanto às condições do prédio.
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Além da falta de climatização, o alagamento devido às fortes chuvas de janeiro motivou o ato
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A resposta do Daraj 7 para a Assojubs sobre o caso de Praia Grande foi: "A Coordenadoria emitiu a Ordem de Início dos Serviços solicitando a elaboração de projeto modificativo e executivo de instalações elétricas, com a finalidade de possibilitar a instalação de novos equipamentos de ar condicionado no Fórum".