Mudam-se as comarcas, permanecem os problemas, como a precariedade das instalações e a falta de condições de trabalho. Cansados de vivenciar tal situação, os funcionários de Mongaguá, com apoio da Assojubs e do Sintrajus, promoveram um protesto na tarde desta segunda-feira, 19 de janeiro, para mostrar à população, advogados e munícipes o caos que enfrentam diariamente durante o exercício profissional nos corredores do Poder Judiciário Paulista local.

Trabalhadores de Mongaguá promoveram um protesto à entrada do Fórum da Comarca

Ausência de climatização, falta de água e estrutura deficitária do prédio são algumas das denúncias

Ausência de climatização, falta de água, princípio de incêndio e estrutura deficitária do prédio são algumas das denúncias feitas durante o ato em Mongaguá. Relatos não apenas dos trabalhadores, mas de advogados, como expôs Ricardo Dias, ao fazer uso da palavra na manifestação realizada à entrada do Fórum da Comarca.

"As instalações aqui são inseguras, um dia o prédio alaga com a chuva forte, no outro a sala disponível para fazermos a conciliação quase pega fogo, os banheiros estão impróprios para utilização, sem falar do sofrimento devido ao calor, pois não há condicionadores de ar e os ventiladores estão quebrados ou enferrujados. Sou totalmente favorável a esse protesto e faço coro às reclamações dos funcionários", frisou o advogado conciliador.

A Assojubs, com Alexandre dos Santos, presidente, e Sintrajus marcaram presença na manifestação

A situação desumana e o calor escaldante castigam os servidores, que cobram condições dignas para efetuarem seus trabalhos. É um desgaste que fragiliza os funcionários, e não apenas no físico. Por isso eles saíram dos limites do Tribunal de Justiça para demonstrarem seu inconformismo.

"As denúncias devem ser feitas, pois só assim podemos cobrar da Presidência do TJ, apresentando as informações e subsídios. A falta de climatização e condições de trabalho não afetam somente os servidores, advogados, como já foi mencionado neste ato, e jurisdicionados também sofrem com o caso. Até quando isso vai acontecer?" Indagou a secretaria geral da Assojubs, Rosângela dos Santos.

Ao microfone, o advogado conciliador Ricardo Dias fez coro às reclamações dos funcionários

"O patrão só reconhece o problema quando há reclamação por parte dos trabalhadores, do contrário entende que tudo está em ordem quando as críticas não ocorrem", destacou Michel Iorio Gonçalves, coordenador geral do Sintrajus, lembrando que o protesto foi o pontapé inicial para viabilizar uma solução às demandas da Comarca.

De acordo com Michel Iorio Gonçalves, a unidade e participação são fundamentais para que os trabalhadores tenham seus direitos atendidos: "Nossa força é muito maior porque somos milhares. É preciso fazer pressão e cobrar, por isso digo que a organização é fundamental para a luta".

Servidores e representantes reunidos ao final do ato por melhores condições de trabalho

Enquanto a mobilização transcorria, foi solicitado pela Assojubs e Sintrajus um diálogo como o juiz diretor do Fórum da Comarca em exercício, Fernando Cesar do Nascimento, mas o mesmo não recebeu os representantes. "Estamos aqui para somar, não somos arruaceiros", ressaltou Alexandre dos Santos, presidente da associação, mencionando a comunicação constante com Valdir Ricardo Lima Pompêo Marinho, juiz responsável pela Diretoria do Departamento de Administração da 7ª Região Administrativa Judiciária, do qual a Comarca de Mongaguá integra.