Indignados com a falta de condições de trabalho no Fórum da Comarca, servidores do Poder Judiciário de Cubatão, com apoio da Assojubs e do Sintrajus, realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira, 7 de novembro, à entrada do prédio. O que motivou o ato foi a necessidade de reforma estrutural no local, pois há cartórios com rachaduras enormes, que aumentam a cada dia, oferecendo risco aos trabalhadores durante o expediente.

Servidores do Poder Judiciário de Cubatão realizaram um protesto à entrada do Fórum

Para demonstrar essa insatisfação e expor à população as mazelas que enfrentam durante a prestação de serviço, os servidores saíram de seus locais de trabalho e expressaram seu descontentamento ao fazer uso da palavra, em gritos de ordem e em cartazes. Ironicamente, utilizaram capacetes e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para apresentar aos usuários da Justiça e demais interessados como deve ser o traje adequado para trabalhar na Comarca.

"Estamos aqui na luta pela integridade física dos servidores do Judiciário", destacou Alexandre dos Santos, presidente da Assojubs. "Antes tínhamos o problema com a falta de climatização no fórum, agora, para piorar a situação dos trabalhadores, temos as rachaduras", frisou o coordenador geral do Sintrajus, Michel Iorio Gonçalves.

O motivo do ato foi a falta de condições de trabalho no prédio, que apresenta enormes rachaduras

Em reunião dos representantes na quarta-feira, 5 de novembro, com Valdir Ricardo Lima Pompêo Marinho, responsável pela Diretoria do Departamento de Administração da 7ª Região Administrativa Judiciária sobre as demandas da região que abrangem a Daraj, o juiz informou que engenheiros contratados pelo Tribunal de Justiça já estiveram na Comarca e desenvolveram estudos comprovando que tais casos não oferecem riscos aos trabalhadores, mas nada oficialmente divulgado. Um laudo, segundo ele, está sendo elaborado para emissão de parecer.

Preocupados com os servidores de Cubatão, Assojubs e Sintrajus ressaltaram o ocorrido na Comarca de Atibaia, onde houve a interdição do prédio por uma situação semelhante, com rachaduras nas paredes e erosão do piso. Marinho aguarda o relatório oficial da inspeção feita no fórum e fornecerá uma cópia às entidades, que, mediante o documento, darão andamento às medidas cabíveis para resguardar os direitos dos trabalhadores.

Há necessidade de reforma estrutural no local, pois oferece risco aos trabalhadores

O presidente da Assojubs também chamou atenção para o abaixo-assinado pelos servidores de Cubatão e protocolado junto à Presidência do TJ-SP, que até o momento não respondeu tal ofício. Desde o encaminhamento do documento já se passou um mês - 3 de outubro - e nenhuma resposta do Órgão foi enviada à entidade.

"Não temos um laudo oficial por parte do Tribunal. O que pode acontecer é o chão afundar e pedaços da estrutura caírem nas cabeças dos servidores", argumentou o coordenador do Sintrajus, novamente ironizando o caso. "São vidas em perigo. Além dos judiciários, população e advogados também são alvos", destacou Alexandre dos Santos.

A mobilização demonstrou a insatisfação e expôs à população as mazelas que enfrentam

A imprensa local esteve presente, mas não foi liberado fazer imagens das rachaduras, pois a Diretoria do Fórum não permitiu. Mas os jornalistas verificaram o estado das unidades judiciais e puderam constatar a situação precária do prédio. A erosão do piso pode, inclusive, ser visualizada do lado de fora.

Os Equipamentos de Proteção Individual usados durante o protesto foram emprestados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá, Bertioga, Cubatão, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (Sintracomos).