Servidores do Judiciário Paulista estiveram reunidos na tarde desta quarta-feira, 12 de novembro, em uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) pela aprovação dos Projetos de Lei Complementar (PLCs) de interesse da categoria que tramitam na Casa.
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Servidores do Judiciário em Audiência Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo
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Os PLCs são: 06/2013 (dispõe sobre a criação de cargos de assistente social e psicólogo); 30/2013 (dispões sobre os vencimentos dos servidores integrantes das classes regidas pela Lei Complementar nº 1.111/2010); 56/2013 (dispões sobre o requisito de ingresso no cargo de oficial de justiça, nível superior, e altera dispositivos na Lei Complementar nº 1.111/2010); 12/2014 (dispões sobre a extinção e a transformação dos cargos de agente administrativo em cargos de escrevente técnico judiciário).
Os trabalhos no Auditório Franco Montoro foram conduzidos pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) com o auxílio das Assojubs e demais entidades representativas como Assetj, Aojesps, Apatej, Assojuris, Affocos, AASPTJ-SP, Sintrajus, Sindjesp Região Metropolitana SP, Sindjesp Caieiras e Comissão Geral dos Oficiais de Justiça (CGOJ).
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O encontro foi pela aprovação dos PLCs de interesse da categoria que tramitam na Casa
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Giannazi deu o pontapé inicial falando sobre o corte feito pelo Governo do Estado na peça orçamentária para o exercício de 2015 do Tribunal de Justiça de mais de R$ 3 bilhões, prejudicando principalmente os servidores que ficam mais uma vez sem ter seus direitos cumpridos por parte do Órgão.
O deputado explicou que a pauta de votação da Alesp está paralisada, pois o orçamento do Estado já se encontra na Casa - com previsão de cerca de R$ 204 bilhões. E que foram apresentadas emendas para recompor o corte do Executivo ao Judiciário e aporte financeiro para aprovação dos PLCs de interesse dos servidores.
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A Assojubs e demais entidades representativas participaram da mobilização
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"A luta agora é conciliar a aprovação dos projetos com a apresentação das emendas. Uma briga boa que vai até 15 de dezembro, o prazo final para deliberar sobre o Orçamento do Estado. E hoje, aqui nessa Audiência, é para que os trabalhadores organizem a mobilização, façam denúncias e cobranças aos parlamentares. Esse espaço é para isso", ressaltou Giannazi.
Em sua fala, o presidente da Assojubs, Alexandre dos Santos, reforçou que é importante a união da categoria para fazer frente ao corporativismo dentro da Corte, que se evidencia diariamente, e conseguir ver seus direitos respeitados. Só com unidade e pressão é que se chegam às conquistas.
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Diferentes comarcas e prédios do Estado fizeram pressão em prol dos projetos
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"Quem deveria fazer justiça se beneficia de privilégios. E nós, os trabalhadores, ficamos à mercê da boa vontade da Cúpula. Mas a gente não se cansa e segue cobrando. E não são só as questões salariais, temos cobrado também em relação às condições de trabalho, cada vez mais precárias, expondo os servidores a situações de risco", destacou o presidente da Assojubs.
Além de Giannazi, presentes ainda os deputados João Paulo Rillo e Alencar Santana (ambos do PT), que deram ênfase à submissão da Alesp às decisões do Governo do Estado, cujo controle se sobressai por ter apoio da maioria na Casa (base governista e aliados). "É a mobilização que tem força para fazer a Assembleia Legislativa trabalhar em favor dos servidores", lembrou a liderança do PSOL.
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O deputado João Paulo Rillo faz sua explanação durante a realização
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Alencar Santana foi outro parlamentar que esteve no Auditório Franco Montoro
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O vice-presidente da Assojubs, Luiz Milito, elogiou a representatividade das comarcas e prédios na Audiência: "Essa ação é mais um passo da luta. Luta que deve ser constante e permanente, pois o TJ faz divisão de classes entre a elite, que são os magistrados, e quem carrega o Órgão nas costas, os servidores. E se não batalharmos, a perspectiva discriminatória vai continuar!".
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Luiz Milito, vice-presidente da associação, em entrevista para a imprensa da Alesp
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Alguns dos trabalhadores das comarcas da Baixada Santista presentes à Audiência Pública
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Com as mais diversificadas explanações, as seguintes propostas foram deliberadas:
- dia 19 de novembro, quarta-feira, os servidores do Fórum do Brás farão uma paralisação das 12 às 13 horas com faixas e vestidos de preto em repúdio ao auxílio-moradia concedido aos magistrados e o auxílio-saúde em trâmite na Alesp e os trabalhadores das demais comarcas acompanharão esse manifesto;
- que a partir da primeira sessão do mês de dezembro os servidores compareçam nas sessões de votação a fim de protestar e exigir a aprovação dos PLCs.