Os trabalhadores no Brasil e no mundo irão se manifestar neste 1º de maio de 2013, uma vez mais, demonstrando seu vínculo histórico com a luta do 1º de maio de 1886, em Chicago, EUA, iniciado na histórica greve geral por redução da jornada de trabalho de 15 para 8 horas, por aumento de salário e melhores condições de trabalho.
A história explica que no dia 3 de maio a greve continuava em muitos estabelecimentos, com mais de 200 mil participantes, e houve um envolvimento massivo da população na manifestação deste dia. Diante da fábrica Mc Cormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos. Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta, apesar dos líderes pedirem calma.
Os oradores se revezavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação, um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pisoteando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.
A repressão foi aumentando num crescente sem fim: decretou-se "Estado de Sítio" e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gângsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.
A justiça burguesa levou a julgamento os líderes do movimento, Parsons, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão. Houve a execução de quatro lideres, um suicidou-se na prisão em 1889, anos depois o julgamento foi considerado ilegítimo e todos foram inocentados e passaram a ser denominados "Mártires de Chicago".
Em 1891, a Segunda Internacional Socialista acatou a proposta dos participantes de convocar uma manifestação anual dos trabalhadores e foi decidido que tal manifestação ocorreria no dia 1º de maio, em referência às manifestações de Chicago. Nasceu assim o dia Internacional dos Trabalhadores!
Como vemos, a greve de 1º de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, não foi um fato histórico isolado na luta dos trabalhadores, ela representou o desenrolar de um longo processo de luta em várias partes do mundo.
Por mais que vários governos patronais, inclusive no Brasil, procurem descaracterizar o dia de luta dos trabalhadores tentando denominar apenas como feriado do "Dia do Trabalho" onde todos podem comemorar, sejam funcionários ou patrões, os trabalhadores do mundo inteiro, a sua parcela mais consciente, mantém a tradição e respeito do significado real do 1º de maio com o dia de luta internacional dos trabalhadores.
Como afirma o companheiro e mestre em comunicação sindical Vito Giannotti: "Hoje, depois de uma década do século XXI, a classe trabalhadora do mundo todo, em sua maioria, está perdendo o que conquistou em 200 anos de lutas. Nos últimos anos, vemos crises econômicas, com desemprego, redução de salários, perdas de direitos e precarização da vida dos servidores públicos e demais trabalhadores, com o aumento do horário de trabalho em países como França, Alemanha, Itália e muitos outros. É a mesma ofensiva dos patrões no mundo inteiro. É a mesma política aplicada em qualquer país que se dobra às ordens do grande capital mundial, coordenada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, que obrigam os governos gastar bilhões do dinheiro público para socorrer os bancos e as grandes empresas. No Brasil, como no resto do mundo, hoje trata-se de resistir e seguir o exemplo das gerações passadas: lutar para conquistar ou garantir os direitos já conquistados".
Por outro lado, vemos também que os trabalhadores têm resistido a essas políticas de austeridade, através das quais direitos dos trabalhadores, dos servidores públicos e dos aposentados são atacados. Na Europa, greves gerais em vários países rechaçam a ideia de que tenhamos de pagar o preço da crise, enquanto os patrões são agraciados por todos os tipos de benesses. No Brasil, continuam as greves e manifestações dos trabalhadores contra essa política.
VIVA O 1º DE MAIO! VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS!