Dinâmica e interativa, a Oficina de Comunicação Sindical, promovida pela Assojubs em sua Sede Santista no sábado, 27 de outubro, levantou a discussão sobre muitos aspectos do jornalismo, como elemento de informação e formador de opinião, as mudanças históricas fundamentais para a formação dos valores jornalísticos e a concepção atual da mídia.
Raiza Rocha, que é jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi assessora de comunicação sindical da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (ADUNEB) entre 2008 e 2012, membro do Grupo de Pesquisa em Análise de Telejornalismo da UFBA (GPAT) e atualmente é do Instituto Latinoamericano de Estudos Sócio Econômicos (Ilaese), foi quem comandou a Oficina.
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A Oficina de Comunicação Sindical levantou a discussão sobre muitos aspectos do jornalismo
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Atualmente, o problema central do jornalismo é que a discussão é imediatista e não se aprofunda, passando apenas a superficialidade dos fatos aos leitores, espectadores, ouvintes e internautas.
A palestrante ressaltou que todos nós fazemos parte das noticias, porém, isso é veiculado de acordo com os interesses das classes que dominam os meios de comunicação.
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A palestra abordou as mudanças históricas fundamentais para a formação dos valores jornalísticos
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E isso vai além da manipulação, "é um projeto de mundo que está sendo construído", ressaltou a palestrante. A mídia aborda temas da realidade ocultando a história e os fenômenos sociais, joga um trabalhador contra o outro: "Ninguém vai, antes de estourar uma greve, verificar o problema que vem acontecendo com determinada categoria. Por isso, não devemos ignorar, temos que ir aprendendo, mas sempre se posicionando".
Sobre a comunicação sindical, Raíza Rocha disse ser um trabalho de informar e formar os trabalhadores, usando todos os meios viáveis para tal. E não substitui a atividade dos dirigentes, se tornando um complemento das ações da entidade.
Dentre os itens importantes do trabalho de base, a jornalista elencou:
- organização dos trabalhadores nos locais de trabalho;
- potencializar a capacidade de luta da categoria;
- possibilitar um funcionamento mais democrático dos sindicatos - não pode ser burocrático, uma batalha de aglutinação, pois quanto mais trabalhadores participarem, mais democrático é o processo;
- fundamental para a educação dos trabalhadores.
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Dinâmica e interativa, a Oficina falou sobre a concepção atual da mídia e manipulação
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Ao decorrer da oficina, a jornalista ressaltou que deve existir um tripé da comunicação num sindicato, tripé esse formado por: 1) diretor, 2) ativista, quando aglutina, combate a burocracia e 3) profissionais da área de comunicação.
Para desenvolver a comunicação, diversos meios podem, e devem, ser utilizados. São eles: jornal, panfleto, jornal mural, cartaz, adesivo, filipeta, livro, cartilha, revista, carro de som, bandeira, site e blog, facebook e twitter, assessoria de imprensa e vídeos.
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No encerramento, foi organizada uma pequena oficina, em que os participantes esenvolveram um jornal
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Desses meios, um ainda é fundamental para aproximar o sindicato do trabalhador. O papel. Ele exerce a função propagandista, agitadora e organizadora coletiva, se tornando indispensável mesmo na era da internet e mídias sociais.
O papel gera a disputa da consciência dos trabalhadores, apresenta a visão de mundo da classe trabalhadora, é um registro histórico e rompe o corporativismo disseminado entre os trabalhadores, entre outros pontos positivos.
No encerramento, foi organizada uma pequena oficina, em que os participantes desenvolveram um jornal, definindo a pauta, notícias principais, secundarias e a chamada de capa. Divididos em dois grupos, apresentaram o trabalho editorial e simularam a entrega junto aos trabalhadores.