Embora na pauta o avanço tenha sido pequeno, foram
conquistas da luta que terão grandes repercussões no futuro:

- O movimento arrancou nos primeiros dias, mostrando que o limite do TJ podia ser ultrapassado, pois foi passado o índice de 2,25% em 2 parcelas para 6,10% em 3 parcelas.

- Ao continuar a greve, o TJ rompeu negociações e passou a uma postura dura que persistiu até a manhã da assembleia do dia 16/07

- Nesse quadro, a greve foi se desgastando, e a categoria tratou de construir uma saída que não representasse uma derrota

- Finalmente, a administração cedeu o abono dos dias parados, passou a proposta para 6,28% em duas parcelas (reduziu de 3 para 2)

A principal vitória foi política. Vencido o trauma de 17 anos, em que a categoria não se julgava capaz de fazer uma greve,colocou para fora a indignação acumulada nos últimos anos, da sobrecarga, do assédio moral, em que chegamos a 46% de perdas, enquanto a magistratura teve seus ganhos enormemente aumentados com os subsídios no teto, retroativo de 15 anos de auxílio-moradia, entre outros absurdos. A assembleia termina com a moral alta, marcando um seminário estadual para colher as experiencias da greve e dando a certeza de que este foi apenas o primeiro capítulo.

Do ponto de vista da direção sindical, a diretoria em sua maioria assumiu a greve, mas, muito importante, a greve foi conduzida por um comando de greve unitário com expressiva participação dos grupos de oposição, inclusive com um membro na mesa de negociação (o outro membro era da diretoria do Sindjus).

Muda completamente o quadro da categoria, que abriu enorme espaço democrático e de representação nas instâncias que conduzem a luta.

A CSP-Conlutas teve destaque nas manifestações, ao passo que a CUT também procurou se colocar, mas partindo da realidade de um racha muito grande, em que a maioria da CSD está na oposição ao governo do Estado, inclusive o grupo que conduz a diretoria (embora com seu perfil ainda "moderado").

A categoria na prática rompeu com 5 anos de "tática política" de conciliação com a administração do TJ, e arrastou a direção. Temos que observar seu comportamento político daqui para a frente, não permitir nenhum recuo.

Com informações de Denior, membro do Comando de Greve