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29/06/11

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Um pouco mais sobre economia
Diferentes aspectos compreendidos na palestra de Emílio Gennari

O curso Noções Básicas de Economia, ministrado pelo cientista social Emílio Gennari, em 18 de junho, na Assojubs Santos, ainda persiste entre as discussões da categoria. Ressaltando os diferentes aspectos compreendidos na palestra, abaixo, um pouco mais sobre as questões relacionadas ao tema.

"Que país é este"?
A pergunta colocada por Emílio Gennari deu início à palestra e a partir das respostas dos presentes, o cientista social foi traçando um quadro sobre a realidade brasileira. Temos uma natureza muita rica, sem muitas catástrofes naturais, a não ser as chuvas que destroem casas e matam populações que moram nos morros e nas encostas dos rios. No entanto, as diferenças sociais e econômicas existentes no país são profundas.

Por exemplo, no campo, a maioria das terras agriculturáveis (44,42%) estão nas mãos de 1% dos grandes proprietários, os quais destinam a maior parte da produção para a exportação, para ração animal ou para a indústria em geral, para produção de alimentos apenas são destinadas 2,36% das terras.

Na educação temos ainda hoje R$ 14 milhões e 100 mil analfabetos, as escolas públicas estão na maioria nas periferias em estado de abandono e sem segurança. Da população economicamente ativa (PEA), 49% estão na informalidade. Os impostos recaem com mais peso em cima dos trabalhadores, que não recebem o correspondente em serviços. O desemprego, segundo dados do Dieese, está em torno de 14%.

Apesar de ter tido um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos, no entanto, a participação dos salários nele manteve-se estável num patamar de 33,1%, sendo que nos países desenvolvidos esse percentual chega a 60%. Os ricos ficam mais ricos e os pobres aumentam, embora se divulguem exageradamente que a classe média aumentou. Porém, o que mudou foram as formas das pesquisas e as denominações de classes encomendadas pelo governo.

A base econômica
Emilio demonstrou, através da dinâmica feita, os próprios participantes chegaram as mesmas conclusões, que o valor das mercadorias são determinados pelo tempo médio social, definido em horas, de trabalho necessárias à sua produção. Diferente dos preços que sofrem mudanças de acordo com a oferta e a procura, mas que ficam sempre no patamar em torno do seu valor real. Nesse sentido, a força de trabalho segue esse mesmo critério, pois ela também é uma mercadoria. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho para os patrões que lhes pagariam, de um modo geral, aquilo que seria o suficiente para manter o trabalhador e sua família, o que deveria incluir alimentos, roupas, saúde, educação, transporte, lazer, etc...

Tanto é que o salário mínimo calculado pelo Dieese pata uma família de 04 pessoas deveria ser de R$ 2.293,31. No entanto, a maioria dos trabalhadores brasileiros recebe muito abaixo desse valor, o salário mínimo oficial atualmente é de R$ 545,00.

O próprio grupo chegou à conclusão que os lucros dos patrões e das empresas vêm da diferença de horas trabalhadas não pagas aos trabalhadores. Ou seja, o trabalhador, para sobreviver, recebe como pagamento baixos salários. Dividindo o valor do salário por dia e relacionando com a produção do trabalhador, chega-se à conclusão que o valor que recebe por dia equivale a tão somente uma hora, em média, do seu trabalho, uma hora por dia do que produz. Assim, as horas restantes do seu trabalho diário (aproximadamente sete horas) são apropriadas pelo patrão/empregador, que retira dessa produção superior ao salário pago o seu lucro (também chamada em termos econômicos de mais valia).

O Governo do PT
A prioridade do atual Governo continua sendo pagar as dividas que foram adquiridas historicamente pelas péssimas administrações políticas. Em 2010, só com custos, juros, amortizações e refinanciamento da divida externa, o governo gastou R$ 635 bilhões, correspondente a 44,93% do Orçamento Geral da União, que foi de R$1,414 trilhão. Excetuando-se os 22,12 % que vão para Previdência Social e 9,24% que são transferidos para os Estados e Municípios, para os demais setores a verba destinada é o que sobra, ou seja, pequenas fatias para: Saúde, Educação, Transporte, Segurança Pública, Desporto e Lazer, Cultura , Habitação, Trabalho, Pesquisa, Agricultura, cujas porcentagens são mínimas em relação ao total do orçamento.

Com todo esse gasto, continua existindo a divida externa na casa dos R$ 254 bilhões e a divida interna em torno de R$ 1,350 trilhão. Porém, só a sonegação e dividas de impostos praticados pelas grandes empresas ficaram na casa dos R$ 205 bilhões. Os lucros obtidos pelo setor financeiro, pelos patrões das grandes indústrias, os grandes donos de terras, pelos donos das empresas de comunicação, são enormes e aumentam cada vez mais.

Essas questões têm que ser mostradas ao povo, temos que desmascarar essa falsa democracia, mudar as relações de propriedade que só favorecem os grandes proprietários e empresários.

Sobre a organização dos trabalhadores
Alguns colegas perguntaram como poderíamos fazer para trazer os nossos colegas de trabalho para lutarem com a gente. Gennari criticou as visões e práticas corporativistas da maioria das diretorias das entidades e sindicatos. Apresentou um esboço de um método de atuação que consiste em cinco fases:

- A primeira seria a da construção da amizade sincera com os colegas de trabalho, procurar entender os sentimentos do outro, seus sofrimentos, saber dos problemas que cada um está vivendo, principalmente aqueles relativos ao trabalho;

- Em segundo, ver esses problemas como realmente problemas e não uma simples conversa que se esquece para a qual não damos importância;

- Em terceiro, devemos tentar estimular o sentimento de indignação com palavras claras e objetivas, o senso comum odeia discursos longos e de difícil entendimento, procurando transformar essa indignação em ações coletivas;

- Em quarto, mostrar que tudo depende de nós, da nossa luta e poder de dizer não e reagir às injustiças e desmandos impostos pelos patrões, ou da direção do Tribunal de Justiça;

- Em quinto, construir um espírito de coletividade, com atividades de entrosamento, atitudes práticas de luta para mudanças positivas e organização no local de trabalho com comissões de prédio, nomeação e escolha de delegados da entidade.























































































































































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