Como foi o ano em termos de conquistas para nossa categoria?
Do ponto de vista da luta sindical, começamos 2011 com o III Encontro Estadual, ocorrido no mês de fevereiro, em Santos, o qual foi o marco principal que delineou os caminhos e ações para a implementação da Campanha Salarial.
Na sequência, veio a Assembleia Geral de 06 de abril, em São Paulo, que foi determinante junto com a memória da greve de 2010, para a direção do Tribunal de Justiça marcar a primeira reunião real de negociação. Após essa e depois das dezenas de reuniões até a última, ocorrida em 14 de dezembro, podemos constatar, o que parece um tanto óbvio, que tivemos vitórias e derrotas.
Lógico que preferimos ganhar, mas nem sempre isso foi possível, pois nós, trabalhadores, nessa sociedade de classes dominada pelas elites nadamos sempre contra a maré, por caminhos quase sempre cheios de nevoeiros e armadilhas. Do nosso lado, talvez um dos principais problemas é que não houve uma organização e mobilização suficientemente forte da categoria para exigir o atendimento da totalidade da nossa pauta de reivindicações. Com isso, a direção do TJ junto com o Governo tucano, nossos patrões, conseguiram arrastar as negociações até dezembro, sendo que a nossa data-base é em março.
Ocorreram alguns avanços na questão salarial?
Algo conseguimos em termos salariais: a reposição da inflação do ano de 6,43%, mais um migalha de 1,5% a título de pagamento de uma divida histórica desde 2002, hoje na casa dos 16%. Mas ainda nos devem os nove meses dos 4,77% de 2010, estes sequer tem promessa de nos pagarem. Nada mais que a obrigação do TJ em pagar, pois são apenas nossas perdas salariais pelo índice de inflação oficial, o INPC , que corresponde a uma média do aumento de preços bem rebaixada. Só que se não exigirmos na pressão e na luta, infelizmente nem isso teríamos conseguido.
Mas as já péssimas condições de trabalho continuam piorando!
Junto às péssimas condições de trabalho, os problemas que enfrentamos no dia-a-dia, como problemas de saúde de grande parte dos judiciários devido ao estresse constante da atividade profissional e os ambientes insalubres existentes na maioria dos prédios, o assédio moral, as ameaças e aplicações de processos administrativos, o não pagamento das dividas acumuladas de indenizações trabalhistas, as tentativas de punições persistentes a alguns grevistas, entre outros, continuam e pioram cada vez mais.
Assim, novamente podemos dizer que mais uma gestão da Instituição Tribunal, a administração de José Roberto Bedran que termina no final do ano, foi boa somente para a magistratura, os quais, como sempre, tem garantido o recebimento de suas pomposas e escandalosas indenizações, tendo suas dividas salariais atualizadas e pagas. O que esperamos da "nova direção" eleita do TJ? Vai depender, como sempre, da nossa unidade e força de pressão.
E o papel da Assojubs nessas lutas como foi?
A Assojubs, através dos diretores, conjunto dos associados e demais companheiros de luta da nossa categoria, esteve presente de forma crítica e combativa em todas as manifestações e reuniões com o TJ, mas sempre entendendo que os principais atores, os quais promovem e respaldam as nossas ações, é o conjunto ativo dos trabalhadores judiciários. A ampliação da participação da nossa categoria nas lutas e criar uma sólida cultura de prática sindical é, com certeza, um dos nossos maiores desafios para o próximo ano.
E as nossas atividades com nossos associados, mais especificamente?
Fizemos reuniões e debates sobre a conjuntura e questões salariais em nossas sedes Santos e São Paulo, reativamos o Núcleo dos Oficiais de Justiça e dos Aposentados, fomos para Brasília defender a aprovação das PECs 555/06 e 270/08, participamos da luta pela melhoria do Iamspe, no Congresso e reunião na Baixada Santista, estamos desenvolvendo atividades culturais como cinema, biblioteca e internet disponíveis para uso dos associados e convidados da categoria, mudamos a apresentação do nosso site com visual melhor.
Estamos modificando e atualizando o nosso Estatuto, mudanças que foram aprovadas por quase unanimidade nas assembleias regionais, o que possibilita a entidade aprimorar ainda mais a democracia e participação dos sócios nas principais decisões e planos. Nas questões das demais atividades associativas, podemos dizer que houve grandes conquistas esse ano, entre elas podemos mencionar a inauguração do nosso Clube de Campo, que está disponível para uso, os festivais e participação em várias atividades esportivas de integração, a as apresentações do coral em vários eventos, a festa de encerramento do ano em conjunto com os servidores federais, que foi maravilhosa, e o Reveillón na barraca da praia.
Vendo esse conjunto de ações, podemos concluir: sim, esse ano tivemos algumas conquistas, apesar de que muita coisa precisa ser feita, ampliada e melhorada!
E o mais importante demonstra mais uma vez que para avançarmos, depende apenas do nosso esforço, de termos o conhecimento da realidade, da unidade e de muita luta, tanto para as melhorias internas na Assojubs como entidade estadual em crescimento, como nas lutas gerais dos judiciários e dos trabalhadores por um futuro melhor!