23/06/10

57º dia do movimento
A greve continua!

A quarta-feira, 23 de junho, foi de mais uma ida a São Paulo para os servidores do Judiciário da Baixada Santista, Litoral Sul e Interior, que reunidos com os colegas da Capital em nova Assembleia Estadual da categoria, na Praça João Mendes, região Central, deliberaram pela continuidade da greve.

Devido à nova liminar, desta vez através de Mandado de Segurança impetrado pelo Sindicato União, a Assembleia pode ser realizada com o uso de um carro de som.

A Assembleia teve início com as participações dos deputados federais Ivan Valente (PSOL) e Fernando Chiarelli (PDT) e dos deputados estaduais Carlos Gianazzi (PSOL) e Olímpio Gomes (PDT), todas expressando apoio às reivindicações da categoria.


Ivan Valente, inclusive, recebeu um dossiê contendo denúncias sobre irregularidades e arbitrariedades praticadas pelo Tribunal de Justiça, documento encaminhado pelo conjunto das entidades representativas dos servidores.

"Essas denúncias são muito graves, por isso apresentei junto à Assembleia Legislativa o pedido de instauração de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]", ressaltou Carlos Gianazzi, que acredita ser inconcebível o guardião da justiça não cumprir a lei. "Parece que o TJ rasgou a Constituição", acrescentou.

Em uma fala num tom de incentivo, lembrando aos servidores que o caminho para as conquistas é a luta, Major Olímpio foi enfático: "Perseverem no movimento, a causa é justa. Permaneçam em pé, firmes, vigilantes, pois se o TJ se esquece dos princípios da justiça, mostrem que vocês não".


Na sequência, os representantes de prédios e comarcas passaram informes da paralisação nos diferentes fóruns do Estado e os dirigentes das entidades fizeram avaliações e elencaram propostas de ação para o fortalecimento da mobilização.

Agora, é até a vitória!
A Assojubs, nas vozes de Alexandre dos Santos, presidente, Hugo Coviello, secretário geral, e Luiz Milito, diretor de Comunicação, se fez presente encorajando a categoria a não fraquejar perante as investidas do Tribunal contra o movimento.

"A tática do TJ é o desgaste e a continuidade da paralisação deve ser a nossa resposta. E para isso, objetivando a reabertura das negociações, temos que promover ações mais radicais", propôs Milito.


Rebatendo as afirmações do presidente do Tribunal, desembargador Antônio Carlos Viana Santos, sobre a greve a um jornal de grande circulação Coviello disse ter orgulho dos colegas por enfrentar um poder retrógrado e autoritário: "Considero-os, sim, heróis, pois mesmo sob o risco de terem seus salários zerados, não desistem do ideal de ver a justiça ser feita".

"O Tribunal, em outra atitude ditatorial, quis impedir a livre manifestação de seus servidores, só que não conseguiu. Esse foi mais um obstáculo superado, mostrando que devemos seguir fortes. Agora, é até a vitória!

Passeata pelo Centro
Após o encerramento da Assembleia, os servidores da justiça federal e os trabalhadores da USP juntaram-se aos judiciários presentes à Praça para um ato unificado, seguindo em passeata pelas vias da região central, passando pelo entorno do Fórum João Mendes, Palácio da Justiça (sede do TJ) e a Catedral da Sé.


Propostas aprovadas
Além da continuidade da greve, foram aprovadas as seguintes propostas:

- criação de um fundo de greve;

- realização de assembleias e visitas aos deputados estaduais no Interior, ou seja, em suas bases eleitorais especialmente para pressionar pela assinatura da proposta de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário na Assembleia Legislativa;

- pressionar o Tribunal para a reabertura das negociações;

- incentivar mais moções de apoio de Câmaras Municipais;

- visitas às redações dos jornais e entrega de dossiês com todos os problemas do TJ para ciência dos jormalistas;

- denúncia do Tribunal de Justiça nos órgãos competentes, inclusive na Organização das Nações Unidas (ONU);

- que as comarcas da Grande São Paulo e das cidades próximas reforcem os piquetes realizados na Capital;

- ampliação do Comando de greve: participação das entidades representativas e Conselho de Base;

- realização de panelaço na próxima Assembleia Estadual, inclusive com a presença de parentes dos servidores;

- formar comissão para questionar o Ministério Público sobre sua função que é fiscalizar o cumprimento das leis, coisa que o TJ não tem feito e cobrar uma posição do TJ a respeito;

- tentativa de se fazer uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) retirando a competência do TJ para julgar ações em que ele seja uma das partes.


Nova Assembleia
Ficou definido que na próxima quarta-feira, 30 de junho, haverá uma nova Assembleia Estadual da categoria, a ser realizada na Praça João Mendes, às 14 horas.