23/02/10

TJ mais uma vez demonstra desrespeito com a categoria

Conjunto de entidades representativas cobra posicionamento, mas juiz assessor não tem respostas

Sem informações sobre a reposição salarial da categoria, dirigentes definem data de assembleia

O Tribunal de Justiça não tem respostas e nem posicionamento acerca da reposição salarial devida dos servidores. Sem argumentos, Álvaro Passos, juiz assessor da Presidência, conversou com as entidades representativas da categoria nesta segunda-feira, 22 de fevereiro, no corredor do 5º andar do Palácio da Justiça, em São Paulo.

O presidente, Antônio Carlos Viana Santos, segundo informaram assessores, estava em Brasília, cumprindo agenda no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). E na ausência dele, o designado a receber as entidades foi Álvaro Passos. Receber não seria o termo adequado, pois o rápido diálogo do juiz assessor com os dirigentes ocorreu no corredor que antecede o Gabinete da Presidência.

Sem informações precisas e de interesse dos servidores, Passos somente se dispôs a contatar Viana Santos nesta terça-feira, 23 de fevereiro, relatar que as entidades estiveram no Palácio e conversar com o presidente sobre as tratativas com o Governo do Estado e o agendamento ou não de uma reunião sobre a questão salarial da categoria. Desta forma, ele prometeu um retorno aos dirigentes através de telefonema.

Com quase duas datas-base vencidas e sem mesa de negociação, a situação vem se tornando insustentável, visto que os cerca de 56 mil servidores estão insatisfeitos da forma como vem sendo tratados, com descaso por parte da cúpula do TJ. Em nada mudou a postura do Tribunal, que prioriza a magistratura em detrimento aos seus funcionários.

“É inaceitável sair daqui sem uma resposta”, enfatizou o presidente da Assojubs, Hugo Coviello, ao juiz assessor. A indignação ocorreu, pois, para se justificar de nada poder fazer e responder aos servidores, Passos alegou que as agendas dele e do presidente estão muito cheias de compromissos e que ainda não haviam discutido a questão dos servidores, nem sabia informar quem será escolhido para discutir com os servidores.

Coviellou respondeu afirmando: “O TJ está nos tratando como se fôssemos dispensáveis, como se os servidores fossem lixo. Passado mais de um mês, o senhor vem nos dizer que ainda não houve tempo na agenda para discutir essa questão? Estamos falando da vida e das necessidades de 56 mil pessoas. Nada deveria ser mais importante do que isso para o senhor, para o presidente e para o Tribunal.”

O presidente da Assojubs ainda fez uma avaliação: “Por isso que nós da Assojubs fomos contra a decisão de vir até o TJ para saber se havia resposta. Acatamos a decisão do conjunto e comparecemos solidariamente, mas está provado que esse tipo de postura fragiliza a categoria. Não temos que ficar vindo aqui pedir para falar com alguém, temos que ir para os fóruns e mobilizar a categoria para a luta, definir a pauta de reivindicações, protocolar e marcar a assembleia. Esse deveria ser o caminho”.

Entidades definem data de assembleia
Após a conversa com o juiz assessor, as entidades, inconformadas com o desrespeito novamente praticado pelo TJ, reuniram-se no intuito de definir as ações da Campanha Salarial 2010.

A Assojubs inicialmente defendeu que uma assembleia com indicativo de greve deveria ser convocada para o dia 24 de março. Em função do debate e das propostas de outras entidades defendendo a assembléia em 31 de março ou começo de abril, passou a defender o dia 7 de abril, mas a maioria dos representantes optou pela realização da assembléia no dia 14 de abril, às 13 horas, na Praça João Mendes.