17/12/10

Expressividade da CPI do Judiciário gera golpe com retirada de 2 assinaturas da base governista

Das 32 assinaturas mínimas necessárias para que a CPI do Judiciário fosse publicada no Diário Oficial após ter sido protocolada no dia 08 de dezembro, duas foram retiradas da lista. Os deputados Roberto Massafera (PSDB) e Salim Curiati (PP) foram pressionados pela base governista a tirarem seus nomes do requerimento. "É um golpe que apequenou a Assembleia Legislativa, depôs contra o parlamento e a cidadania e desconsiderou não só o esforço dos servidores em sensibilizar os deputados a assinarem a CPI como as próprias denúncias que os funcionários da Justiça documentaram e que devem ser o objeto central de investigação desta Comissão Parlamentar de Inquérito", argumentou o deputado Carlos Giannazi, autor da proposta.

Indignado com a manobra, Giannazi tomou duas atitudes de imediato: cobrou publicamente da presidência da Assembleia Legislativa, em pronunciamento na tribuna no dia 15 de dezembro, explicações sobre o motivo pelo qual houve demora excessiva entre o protocolo da CPI no plenário e a publicação dela no D.O. (o presidente da ALESP, dep. Barros Munhoz, respondeu de viva voz concordando com a morosidade do trâmite prometendo tentar reduzir esse tempo a um dia útil; A CPI ainda não foi publicada e, de acordo com Giannazi, tal atraso foi crucial para que a articulação resultasse na retirada das duas assinaturas) e frisou que continuará firme na busca de mais assinaturas dos parlamentares dada a importância dessa CPI sair do papel por conta do interesse público.

"A Alesp tem que ter autonomia em relação aos poderes executivo e judiciário e não pode mais aceitar essa pressão para que deputados não sigam suas consciências. A não instalação da CPI deve prejudicar toda a sociedade porque manteremos a morosidade da Justiça e os problemas na execução orçamentária do TJ, além de desprezar o conjunto dos servidores, que sentem o arrocho salarial (estão sem aumento real de salário desde 1995), o assédio moral e são os reais articuladores desse pedido de investigação", disse.

Carlos Giannazi (PSOL) comentou que na quarta-feira da semana passada, 8/12, foi protocolado o pedido de instalação de CPI para investigar o Judiciário paulista. "Essa CPI é de extrema importância para que possamos investigar as denúncias feitas pelas entidades representativas dos servidores do Judiciário", explicou. Ele disse que depois de ter conseguido o apoio de 32 parlamentares, necessário para a instalação da CPI, dois deputados retiraram suas assinaturas, depois de terem sido pressionados pela base governista. "É vergonhoso ver alguns deputados passarem por essa vergonha pública", lamentou.

Da assessoria de imprensa do deputado Carlos Giannazi (PSOL) - www.carlosgiannazi.com.br
Divulgado em 16 de dezembro