16/11/09

Entidades vão a Curitiba reivindicar junto ao CNJ

Representantes pedem agilidade na inspeção no Tribunal de Justiça de São Paulo

Dirigentes entregam documento contendo denúncias contra o TJ-SP

O conjunto das entidades representativas dos servidores do Judiciário de São Paulo, através de seus dirigentes, esteve em Curitiba, no Paraná, na quinta-feira, 12 de novembro, para acompanhar a Audiência Pública realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Tribunal de Justiça daquele Estado.

A presença das entidades, entre elas a Assojubs, representada por Maria Kill, secretária geral, e Eduardo Requejo, diretor de Atividades Sociais, Culturais e Educacionais, no Paraná também teve o intuito de reivindicar junto ao ministro Gilson Dipp, o Corregedor Nacional de Justiça, celeridade na inspeção a ser promovida no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Presença de servidores paulistas surpreende ministro
A participação dos servidores paulistas na Audiência Pública em Curitiba causou surpresa ao ministro Gilson Dipp, que ouviu atentamente a explanação do presidente da Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário (Fenasj), José Gozze, feita em nome dos dirigentes, sobre os problemas encontrados no Judiciário Paulista, como a falta de transparência no Orçamento, ausência de um Plano de Cargos e Carreiras, defasagem salarial acumulada, inexistência de mesa de negociação com a categoria, a relação desigual entre juízes e servidores e a falta de funcionários para suportar a demanda processual.

Durante a fala do presidente da Fenasj, os demais representantes da categoria permaneceram de pé num gesto de solidariedade às palavras do colega e em uma demonstração de que a agilidade na inspeção no TJ-SP é de urgência devido ao descaso da cúpula do Órgão para com seus servidores.

Em resposta aos dirigentes presentes, o ministro informou que o CNJ conhece a gravidade da situação na Justiça de São Paulo e justamente por isso a inspeção deve ser feita de forma diferenciada, a exemplo da que ocorre no Paraná, o que duraria uns dois meses. Para Dipp, o trabalho no maior tribunal do país deve ter inspeções parciais, com audiências em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.

O Corregedor Nacional de Justiça agradeceu a participação dos servidores paulistas na audiência em Curitiba e se dispôs a recebê-los para uma reunião em Brasília, com data a ser agendada.

Documento contendo denúncias contra o TJ-SP é entregue ao CNJ
Logo que chegaram a Curitiba, os representantes das entidades se reuniram para discussão e aprovação dos relatórios contendo inúmeras denúncias de irregularidades contra o TJ-SP.

Finalizada a reunião, os dirigentes protocolaram no Tribunal Paranaense a documentação e entregaram ao CNJ a fim de que o órgão analise os relatos e apure com extremo rigor as informações ali elencadas.

Judiciário Paranaense não foge à regra do que se constitui a Justiça no país
A Audiência Pública no TJ-PR comprovou a problemática situação da Justiça no país. Como acontece em São Paulo, há falta de diálogo entre o Órgão e seus funcionários, prioridade da magistratura em detrimento aos servidores, ausência de Plano de Cargos para a categoria, casos de assédio moral e perseguição, entre muitos dilemas.

Servidores e seus representantes, advogados e cidadãos, reunindo mais de 400 pessoas, puderam se manifestar nas quase cinco horas de audiência, que relatou ainda denúncias e reclamações envolvendo casos de corrupção, nepotismo, favorecimento em concursos públicos, falta de estrutura e informatização e demora processual.

Gilson Dipp dispensou educada atenção a todos que se manifestaram. A Audiência Pública teve a participação do presidente do TJ-PR, desembargador Carlos Augusto Hoffmann, que não pode argumentar contra as críticas recebidas.


Imagens da participação dos servidores paulistas na Audiência Pública em Curitiba