14/07/10

A greve continua!
Nada de frio ou chuva: categoria mantém paralisação

Nem mesmo a chuva e frio intensos desmotivaram os servidores do judiciário paulista que estiveram presentes nesta quarta-feira, 14 de julho, em mais uma Assembleia Estadual da categoria na Praça João Mendes, Capital, e deliberaram pela continuidade da greve.


Apesar da tentativa dos dirigentes das entidades, o Tribunal de Justiça não quis marcar reunião com a Comissão de Negociação, que tem a participação da Assojubs, e proibiu os desembargadores designados para as tratativas com os servidores de receberem os representantes da categoria.

Em contrapartida, os judiciários decidiram, de forma unânime, persistir na luta e manter o movimento paredista, que completou o 78º dia de paralisação.


Críticas às atitudes da PM e novas manifestações de apoio
Estiveram presentes à Assembleia o delegado Protógenes Queiroz, o advogado que atua na Baixada Santista Adib Abdouni e o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL), todos manifestando repúdio às atitudes violentas da Polícia Militar que agrediu os servidores na última quarta-feira e o descaso e insensibilidade da cúpula do TJ ao pleito dos servidores.

Em relação ao requerimento de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) através da Assembleia Legislativa, Gianazzi informou aos judiciários que 19 deputados assinaram o documento e que colegas de Parlamento entraram em contato com ele, autor da propositura, para saber detalhes sobre o tema e colocar em pauta para os membros de sua bancada.


Para que a CPI do Judiciário seja instaurada são necessárias 32 assinaturas. O intuito da Comissão é apurar denúncias de irregularidades e má aplicação das verbas orçamentárias destinadas à folha de pagamento de pessoal pelo TJ.

Branco simbolizando o pacifismo do movimento
Os servidores, durante todo o decorrer da Assembleia, fizeram uso de objetos brancos para simbolizar o pacifismo do movimento, uma resposta aos ataques sofridos pela PM. Muitos seguravam bexigas e outros utilizaram máscaras cirúrgicas em protesto à barbárie promovida pela força policial e em solidariedade aos colegas atingidos.


Nova Assembleia Estadual na próxima quarta
Duas propostas foram colocadas em votação sobre a realização da próxima Assembleia Estadual da categoria. A primeira, para que ocorresse no dia 21, com um intervalo de 15 dias. A segunda, para a semana que vem, no dia 21, como habitualmente vem acontecendo.

Entendendo ser um momento de mobilização, união e fortalecimento do movimento, a categoria aprovou que não houvesse mudança no cronograma e permanecesse da forma como está. Então, ficou marcado para o dia 21 de julho, na Praça João Mendes, na Capital, a partir das 14 horas.

Atividades a serem desenvolvidas
A categoria ainda aprovou as propostas de atividades a serem desenvolvidas:

- pedido de intervenção, por meio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para a presidência da República;

- instalação de barracas para a coleta de assinaturas ao pedido de CPI do Judiciário com esclarecimento à população;

- divulgação de índices de paralisação no Estado;

- ofício à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);

- divulgação na mídia sobre a situação dos servidores do judiciário;

- divulgação de vídeos em frente aos fóruns;

- porte dos crachás pelos servidores nas assembleias estaduais.