14/05/09

Cubatão também demonstra sua força

Em mais um ato público da Campanha Salarial Unificada 2009, servidores da Baixada Santista protestaram contra a intransigência do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se recusa a negociar com a categoria. Desta vez, paralisaram as atividades por uma hora nesta quinta-feira, 14 de maio, os companheiros da comarca de Cubatão.

Com o apoio da Assojubs,que esteve representada na ocasião por seu presidente, Hugo Coviello, a manifestação reuniu 80 servidores na entrada principal do fórum, no período das 14 às 15 horas.

Novamente a mobilização dos servidores teve grande repercussão, com cobertura da imprensa local, mostrando mais uma vez para a população as mazelas enfrentadas no cotidiano pela categoria no cumprimento de seu ofício.

O presidente da Assojubs elogiou a conduta dos judiciários de Cubatão, que na semana passada organizaram-se de forma autônoma e realizaram um protesto contra a postura que o TJ vem adotando quando se trata de negociar com sua massa trabalhadora, que é quem realmente faz a justiça paulista funcionar. E se há morosidade é reflexo de sobrecarga de trabalho para servidores, pois o Tribunal se nega a abrir concurso para a contratação de novos cargos, o que auxiliaria em muito a celeridade da prestação jurisdicional.

Coviello falou sobre a importância da intensificação da Operação Padrão, neste momento instrumento fundamental de pressão sobre o TJ, que relega os direitos dos servidores, mas atende à classe da magistratura, que vê seus pedidos e direitos prontamente atendidos. “Enquanto a categoria permanece com defasagem salarial de 14,69%, defasagem dos auxílios, ausência de um Plano de Cargos e Carreiras, precárias condições de trabalho e ainda convive com a violência nas ruas, o caso dos oficiais de justiça, os magistrados receberam notebooks e disponibilidade de verbas para livros.”

A indignação de Coviello foi compartilhada pelos companheiros da comarca, que também expuseram sua revolta. Fizeram uso da palavra os servidores Adelson Aquino, Rita de Cássia Ribeiro e Silvio Cesar Sarabando, que com discursos emocionados arrancaram aplausos dos colegas.

Em sua manifestação, Silvio Sarabando argumentou sobre as dificuldades por quais os oficiais de justiça passam no dia-a-dia da função e situação geral em que se encontra atualmente a categoria: “Por não ter aderido à última greve fui chamado de pelego. Mas hoje, estamos passando por um momento crítico, não há como não me manifestar”.

O oficial de justiça lembrou o caso da colega de São Paulo assassinada com nove tiros, em 23 de abril, ao cumprir um mandado de busca e apreensão na Zona Sul da Capital e o descaso do TJ com a violência vivida pela classe nas ruas.

O escrevente Adelson fez a leitura da pauta de reivindicações e conclamou os companheiros a participarem da mobilização e intensificarem a Operação Padrão. O servidor também fez questão de ressaltar o e-mail em que o juiz da 3ª Vara Cível do Fórum de Santo Amaro pede aos colegas magistrados e servidores contribuições a serem depositadas em uma conta corrente para ajudar a família da oficial de justiça assassinada em São Paulo. O pedido, apesar da louvável intenção do juiz, retrata bem a precariedade das condições e direitos de trabalho dos servidores do judiciário.

O ponto mais emocionante da manifestação foi a fala da servidora Rita, que, com simplicidade e retratando as dificuldades e angústias do cotidiano de trabalho forense, chegou quase às lágrimas e sensibilizou os presentes.

Proposta pelo presidente da Assojubs, a paralisação de um dia com indicativo de data para 29 de maio e realização de Assembleia Geral na Praça João Mendes, foi aceita por grande maioria.