11/02/10

Entidades se reúnem com o objetivo de traçar ações para a Campanha Salarial 2010

Aconteceu na tarde desta quarta-feira, 10 de fevereiro, em São Paulo, a primeira reunião do conjunto das entidades representativas dos servidores do judiciário após o encontro entre o novo presidente do Tribunal de Justiça, Viana Santos, e os dirigentes. O intuito foi fazer uma análise sobre a tratativa, avaliar as informações trocadas na ocasião e traçar ações visando dar início a Campanha Salarial de 2010.

Após um breve informe sobre a luta dos trabalhadores das demais categorias do funcionalismo estadual, os dirigentes focaram a reunião em apresentar propostas e debater estratégias a fim de fazer pressão sobre o TJ e, consequentemente, ao Governo do Estado, que seguem mantendo a política de desvalorização e arrocho salarial dos servidores.

Passados 20 dias do encontro entre os poderes Executivo e Judiciário, nada chegou ao conhecimento dos servidores, que em 1º de março completam um ano sem reposição salarial. Em 2010, a defasagem beira a casa de 20% - de acordo com o Dieese, no mês de dezembro, o percentual era de 18,28%.

O presidente da Assojubs, Hugo Coviello, propôs que fosse realizada uma assembleia no dia 5 de março, data em que o funcionalismo estadual prepara uma grande manifestação contra a política de arrocho salarial de José Serra, imposta no ano passado e com previsão de ser mantida para este ano.

“Independente de desenvolver uma mobilização conjunta com os demais funcionários públicos, temos que fazer a assembleia de nossa categoria e nos organizarmos para a luta, pois os servidores estão querendo uma solução. Temos que pensar em inverter a forma de pressionar, pois não somos nós que devemos correr atrás do Tribunal pedindo por favor, e, sim, eles, que devem a reposição, propor a negociação”, afirmou Coviello.

“O Governo do Estado está orquestrando a desqualificação perante a população dos servidores públicos, sejam de quais setores forem, generalizando com maus exemplos e casos isolados encontrados. Tudo o que puder ser feito para que haja racha entre nós, com certeza será colocado em prática, portanto, devemos estar unidos, pois é dessa união que eles [Executivo e Judiciário] têm medo”, defendeu Luiz Milito, delegado da Assojubs na Capital e integrante da Exefe-AOJ.

Pensando em organizar a luta, o presidente da Assojubs sugeriu a formação de uma comissão específica para o diálogo com o Tribunal, composta por cinco a oito membros, a qual ficaria responsável pelas tratativas com a Presidência do órgão ou com os desembargadores designados para receber as entidades. A postura seria uma forma de não prolongar o debate entre as partes nas reuniões e adotar um único discurso, com o propósito de dar coesão aos trabalhos durantes as negociações.

“Sabemos que as prioridades deles são outras e que, no máximo, vão oferecer qualquer migalha para que os servidores, no desespero financeiro que estão, aceitem e não lutem. Temos que esclarecer isso chamando os companheiros a lutarem por tudo que tem direito e rejeitar essas migalhas”, finalizou Coviello.

Propostas aprovadas:

- formar um grupo de negociação para dialogar com o TJ nas reuniões;

- realizar uma assembleia em março, com data a ser marcada posteriormente;

- comparecer ao TJ buscando uma resposta ao encontro de Viana Santos com José Serra;

- cobrar da Presidência a confirmação dos nomes escolhidos para as comissões envolvidas nas tratativas com os servidores: Comissão Salarial, Comissão de Orçamento e Comissão de Planejamento.

- organizar uma manifestação no dia 26, data em que estarão reunidos os presidentes dos Tribunais de Justiça estaduais.