11/02/11

Santos
Servidores na luta por melhores condições de trabalho

Falta de instalações com climatização no Fórum
motiva protesto da categoria, que sofre com o calor

O calor excessivo nos cartórios motivou um protesto na tarde desta sexta-feira, 11 de fevereiro, dos servidores do judiciário da Comarca de Santos. Devido às altas temperaturas registradas nesse verão e a ausência de aparelhos ar condicionado, vem se tornando impraticável o trabalho nas unidades, o que gerou a manifestação da categoria em frente ao prédio central.

Na Justiça Federal e Justiça do Trabalho os fóruns dispõem de ar condicionado central, viabilizando substancial melhora nas condições de trabalho e atendimento à população e advogados.

Bem diferente é a situação Judiciário Estadual onde apenas a magistratura usufrui de instalações com climatização. Enquanto isso, os servidores dos cartórios tentam superar o calor, agravado pela numerosa quantidade de papéis e espaços reduzidos, que contribuem para diminuição da circulação de ar nos ambientes.


Além da ausência dos equipamentos de ar condicionado, os ventiladores são escassos e se tornou usual que os próprios servidores levem para os ofícios seus aparelhos, muitos deles doados ao Tribunal de Justiça, reforçando o habitual descaso do Órgão para com seu quadro funcional.

Os próprios servidores, inúmeras vezes, já se dispuseram a comprar o aparelho de ar condicionado, fazendo a famosa "vaquinha" entre eles, em uma tentativa de aplacar o calor, mas o TJ alega que a rede elétrica não comporta a sobrecarga de energia que a instalação do equipamento implicará.

Mas a alegação do TJ nada mais é do que uma fuga para não pagar a fatura, pois se em todos os cartórios forem instalados aparelhos de ar, a conta de luz irá aumentar, prejuízo esse que o Órgão não quer arcar, ainda mais se for levado em consideração a quantidade de unidades e o tamanhos dos prédios em Santos. Encargo dobrado...e sofrimento para servidores, advogados e população, os afetados diretamente.

Situação virou questão de saúde pública
"A omissão dos poderes Judiciário e Legislativo e da administração municipal, que só se preocupam com o patrimônio e não com as pessoas, é a causa do problema. Em Santos, as construções desordenadas criaram uma barreira e não se sente mais a brisa do mar. Estamos sendo engolidos pelo concreto", ressaltou o oficial de justiça Sergio Crochemore.


Solidário à manifestação, o advogado José Luiz lembrou que a advocacia está junto com os servidores nessa luta que já virou uma questão de saúde pública: "Essa situação é absurda! E somente assim, com protesto, é que algo poderá ser feito".

Diretor do Fórum recebe servidores
Devido à manifestação promovida pelos servidores, o juiz diretor do Fórum de Santos, Ramon Mateo Júnior, recebeu o presidente da Assojubs, Alexandre dos Santos, e o diretor de Convênios, Laercio Armesto, para tratar do assunto. Enquanto ocorria o encontro, o ato público tinha sequência em frente ao prédio.


Segundo o relato do presidente da Assojubs, Mateo Júnior se dispôs a fornecer cópias de toda a documentação das solicitações feitas pelas unidades cartorárias ao TJ para o Departamento Jurídico da associação, a fim de que sejam tomadas as medidas cabíveis para resolver a questão.

Santos também informou que o juiz diretor do Fórum autorizou que peritos avaliem a temperatura dentro das unidades cartorárias no intuito de elaborarem laudos a serem levados ao Tribunal para que providências sejam tomadas no tocante às condições de trabalho dos servidores.


Só a luta muda a vida
"Esse protesto foi importante, pois foi por conta da mobilização da categoria que a reunião com o diretor do fórum foi marcada e, com isso, dada a autorização para que seja feito estudos por um perito e encaminhado ao Tribunal o laudo técnico, visando melhorar as condições de trabalho aos servidores, lembrou o presidente da Assojubs.

"Só a luta muda a vida, e é com ela que poderemos vencer os desmandos do patrão", finalizou Santos, ao encerrar o ato público.