10/06/10

Servidores ocupam o Fórum João Mendes há mais de 24 horas

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça, na tarde desta quarta-feira, 09 de junho, após a defesa do desembargador Antônio Carlos Malheiros, decidiu, por 19 votos contra 5, manter a punição dos dias de paralisação por conta do movimento grevista da categoria.

A informação veio pelo próprio Malheiros e pelo desembargador Samuel Alves, que estiveram reunidos com a Comissão de Negociação após a sustentação feita durante a sessão do Órgão Especial.

Para uma possível reabertura de negociação, a condição imposta pelos magistrados seria o fim da paralisação. Frente a essa posição do TJ, a Assembleia Estadual que vinha sendo realizada na Praça João Mendes pelos judiciários, deliberou a continuidade da greve.

E esse posicionamento intransigente do Tribunal gerou a revolta dos servidores, promovendo mais um acontecimento histórico: a ocupação do Fórum João Mendes por cerca de 110 colegas.

Esse grupo, formado pela maioria de servidores da Baixada Santista, passou a noite dentro do prédio, que foi fechado pela Polícia Militar e permanece assim, sem expediente e sendo impedida a entrada de comida e água para os manifestantes.

Hoje, devido a problemas de saúde ou pessoais, o grupo foi reduzido para 80 pessoas, que seguem firmes no protesto contra o descaso do TJ. Já são 24 horas sem alimentação, pois as tentativas de levar qualquer tipo de suprimento foram abortadas pela polícia e segurança local.

A integridade física dos servidores, tanto os que estão dentro do fórum quanto os que passaram a noite do lado de fora do prédio em solidariedade aos manifestantes, foi mantida, devido à intervenção do deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), que garantiu que nenhum enfrentamento ocorreria.

Hoje, a Praça João Mendes recebeu servidores de diversas comarcas do Estado, que sabendo da situação também se solidarizaram aos bravos colegas. Da mesma forma, várias unidades cartorárias e diferentes fóruns cessaram o atendimento durante o dia.

Comissões de Direitos Humanos, deputados estaduais, como Carlos Gianazzi (PSOL) e Roberto Felício (PT), e o deputado Estadual Ivan Valente (PSOL) foram chamados na tentativa de denunciar a arbitrariedade por parte do Tribunal e negociar a entrada de alimentos.

A imprensa - rádio, TV, jornais e internet - segue na cobertura dos fatos, mas também foi impedida de entrar no fórum.

Neste momento, a Comissão de Negociação encontra-se reunida no Palácio da Justiça com representantes do TJ.