Há exatamente um ano, cerca de 120 servidores promoveram uma ação de luta significativa e marcante na história do Judiciário Paulista. Indignados com a postura adotada pelo Tribunal de Justiça, à época comandada pelo desembargador Antônio Carlos Viana Santos, que se mantinha intransigente quanto à negociação com a categoria, o grupo de trabalhadores, em greve há 51 dias, realizou a ocupação do Fórum João Mendes após mais uma Assembleia Estadual.
No dia 09 de junho de 2010, em uma demonstração de coragem e determinação em nome da luta na defesa pelos direitos da categoria, aconteceu a ocupação do maior fórum da América Latina.
Foram 44 horas sem alimentação, passando frio e sem conseguir dormir direito, pois o TJ proibiu a entrada de suprimentos aos ocupantes. E expondo sua face mais cruel, sem se importar com o sofrimento dos servidores, o presidente do Órgão proclamou: "Quem levar um pedaço de pão com manteiga para alguém de lá [do interior do João Mendes] está me desrespeitando".
Enquanto o grupo seguia dentro do prédio, milhares de servidores, em solidariedade à brava iniciativa dos colegas, acompanhavam o desfecho da situação do lado de fora do fórum, acampados em barracas na Praça João Mendes e fazendo vigília para assegurara a integridade física dos ocupantes, já que o contingente do Polícia Militar, por ordem do Tribunal, se manteve às portas do local.
Nem mesmo a presença dos deputados estaduais José Cândido (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Carlos Giannazi (PSOL) e Olímpio Gomes (PDT) e do senador Eduardo Suplicy (PT), chamados para intervir nas negociações com o TJ durante a ocupação, sensibilizou a cúpula do TJ.
Fragilizados e debilitados, no dia 11 de junho, os servidores tomaram a decisão de deixar o Fórum João Mendes. Dos 120 ocupantes iniciais, apenas 74 permaneceram dentro do prédio até o momento da saída, quando foram recebidos por milhares de colegas sob aplausos, um momento de muita emoção e orgulho pela atitude.