09/01/09

Saiba como evitar e os cuidados com as doenças típicas do verão

É chegada a estação mais quente do ano, período de férias e de passar horas na praia ou na piscina. Mas a temperatura elevada apresenta perigos para a saúde. São comuns nesta época do ano aumento na incidência de casos de desidratação, intoxicação alimentar, diarréia e insolação. O período também é propício para a ocorrência de doenças como conjuntivite, micoses, bicho geográfico, herpes, manchas, queimaduras de sol e a leptospirose.

Para evitar as doenças típicas do verão, eis algumas dicas e cuidados:

Intoxicação alimentar
A estimativa é que 50% das doenças relacionadas à alimentação ocorrem pela manipulação errada dos alimentos. Portanto, atenção! Para evitar a intoxicação é necessário cozinhar bem os alimentos e conservá-los em temperatura abaixo de 10ºC, não guardar alimentos crus e cozidos no mesmo recipiente e descongelar os alimentos na geladeira. É válido lembrar de que comida contaminada nem sempre tem mau cheiro.

Ao constatar a intoxicação alimentar, é indispensável a visita ao médico, pois pode ser necessário tomar um antibiótico. Além disso, beba muita água e água-de-coco para evitar a desidratação. Jamais tome remédios para cortar a diarréia e o vômito, pois a comida que fez mal precisa ser eliminada. E não apele para receitas caseiras, pois elas podem não funcionar e até agravar o caso.

Diarréia
Também aumentam bastante, nesta época do ano, os casos de diarréia, doença que se não for tratada rapidamente pode até matar, quando acomete crianças e idosos. A hidratação é o principal tratamento e deve ser feita com soro caseiro, isotônicos, sucos de frutas e água de côco, bebidas que repõem a perda de água, sal e potássio.

A diarréia é geralmente relacionada ao consumo de água ou alimentos de origem duvidosa; verduras ou frutas contaminadas; banhos em rios ou piscinas contaminadas e ainda a falha na higiene pessoal ou alimentar. Causa desconforto abdominal, cólicas, flatulência, vômitos e, eventualmente, febre.

Insolação
Muito tempo sob o sol pode levar o banhista a sofrer queimaduras e desidratação. A insolação provoca dores de cabeça, náuseas e tontura. Mesmo sem estar diretamente exposto ao sol é possível ter insolação. Isso porque a areia reflete os raios solares, aumentando a temperatura da pessoa pelo calor, ou seja, ela não queima, mas assa. Ao primeiro sinal da doença é aconselhável que a pessoa procure uma sombra e comece a se hidratar. Evite o sol entre 10 e 16 horas (11 e 17 horas no horário de verão), tome de dois a três litros de água por dia, use roupas leves e aplique o protetor solar pelo menos 15 minutos antes da exposição ao sol, renovando-o a cada duas horas.

Bonés e protetores solares são itens importantes para se proteger do sol, mas nesse kit não podem faltar os óculos escuros, recomendados pelos especialistas como fundamentais no cuidado com os olhos. Um outro alerta diz respeito ao contato com o cloro das piscinas, que é mais prejudicial à saúde do que o contato com a água do mar, devido aos produtos químicos utilizados.

Síndrome do olho seco, conjuntivite e alergia ocular são algumas das doenças relacionadas à exposição excessiva ao sol, vento, ar condicionado e ventiladores. A síndrome do olho seco é a perda ou a redução da capacidade normal de produzir lágrimas. A pessoa sente ardência, queimação ou sensação de areia nos olhos. As causas mais comuns podem estar no processo de envelhecimento; uso de lentes de contato; fadiga ocular (por leitura ou excesso de uso do computador); condições ambientais e até medicamentos. Para evitá-la, mantenha sempre o ambiente úmido com vasilhas de água ou umidificadores e use óculos escuros em ambientes externos.

Micose
A frieira, aquela rachadura entre os dedos dos pés que arde e coça, é um dos tipos mais comuns de micose. Calor, excesso de umidade e baixa resistência imunológica são as condições perfeitas para que as lesões apareçam. Para completar, o bicho geográfico e o olho-de-peixe são transmitidos nas areias quentes e contaminadas e também no piso da piscina ou dos vestiários.

Alguns cuidados como usar meias de algodão, enxugar bem o corpo, virilha e axilas, e não andar descalça em banheiros públicos e vestiários ou mesmo na areia da praia podem evitar a micose. Mas, em caso de aparecimento do problema, é necessário consultar um médico para que ele receite um antifúngico. O olho-de-peixe precisa ser cauterizado pelo dermatologista. É indicado não coçar a região, pois isso faz com que os micróbios penetrem nas unhas podendo espalhar a doença.

Herpes
Quem tem herpes convive com o vírus o ano todo, mas sofre mais com as crises no verão. O sol é um facilitador para as feridas nos lábios, pois baixa a resistência do organismo.

A dica é não coçar o local da lesão não para que o vírus não se espalhe. É indicado usar uma pomada específica, receitada por um médico. Deve-se tomar sol com moderação, manter os lábios bem hidratados e consumir alimentos ricos em vitamina C. O beijo na boca deve ser evitado enquanto há ferida, para não transmitir o vírus.

Manchas na pele
Sol e caipirinha é uma dupla deliciosa, mas que pode deixar marcas. Limão, abacaxi e outras frutas cítricas são substâncias fotossensibilizantes. Quando tocam na pele que é exposta ao sol o resultado são as manchas castanhas que duram meses até clarear.

A solução é usar cremes à base de ácidos que devem ser formulados por um dermatologista ou fazer um peeling em consultório. Nestes casos, a exposição ao sol fica proibida.

É recomendável lavar bem as mãos após preparar a caipirinha ou suco de frutas, e ingerir as bebidas por canudinhos se estiver tomando sol. Se manchada a pele, não aplicar substâncias caseiras, como máscara de frutas, para tentar melhorar.

Queimadura solar
Passar horas e horas exposta ao sol sem usar um protetor solar alto (FPS, no mínimo 15) é um perigo devido ao câncer, ao envelhecimento e à queimadura. O protetor deve ser aplicado meia hora antes de tomar sol e reaplicado de hora em hora. Para as pessoas de pele clara o FPS deve ser 30.

Ao sinal de queimadura, fazer compressas de soro fisiológico gelado, jamais de álcool, pois o álcool desidrata a pele.

Câncer de Pele:
O câncer de pele não é uma doença de verão, mas é desencadeado por exposições solares sucessivas sem a proteção adequada. Embora na sua maioria tenha caráter benigno, uma pequena proporção, de 5 a 7%, é considerado maligno (melanoma). É preciso ficar atento a mudanças na cor, forma ou tamanho de pintas antigas e no aparecimento de novas.

Os cuidados são os básicos: usar sempre protetor solar e evitar a exposição ao sol no horário crítico.

Conjuntivite
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. É causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes, como cloro de piscinas, por exemplo, vírus e bactérias. Os principais sintomas são olhos vermelhos e lacrimejantes, sensação de areia ou cisco nos olhos e coceira.

Não existe medicamento contra a conjuntivite. O recomendável é fazer compressas no local com soro fisiológico refrigerado e evitar levar as mãos aos olhos.

Bicho Geográfico
A doença, chamada de Larva Migrans ou dermatite serpinginosa, recebeu o nome de bicho geográfico porque a larva parece caminhar dentro da pele, desenhando todo o corpo, como se fosse um labirinto, o que causa bastante desconforto, forte coceira e irritações.

A infestação ocorre por meio do contato da pele com a areia contaminada pelas fezes de animais. Se não for tratada, pode ocorrer infecção secundária. Um médico deve ser consultado para orientação do tratamento adequado.

Com informações do Click Litoral e Editora Abril