08/05/09

Comarca de Guarulhos adere à luta e paralisa atividades por uma hora

A cada dia cresce a mobilização da Campanha Salarial dos Servidores do Judiciário Paulista. Desta vez aderiram à luta cerca de 200 companheiros da comarca de Guarulhos, que fizeram uma hora de paralisação nesta quinta-feira, 7 de maio, no período das 15 às 16 horas, na entrada principal do fórum.

O ato foi organizado por uma comissão de funcionários da comarca e contou com o apoio da Assojubs, representada por seu presidente, Hugo Coviello, e pelo delegado regional em São Paulo, Luiz Milito.

Com uma defasagem salarial de 14,69% (acumulada desde 2002), data-base vencida desde 1º de março (mais de dois meses), acúmulo de serviço devido à falta de funcionários (mais de 15 mil cargos vagos), ausência de um Plano de Cargos e Carreiras (em tramitação desde 2005 na Assembleia Legislativa), precárias e improvisadas condições de trabalho, insegurança no trabalho dos oficiais de justiça e defasagem dos auxílios, os servidores permanecem pela quarta semana consecutiva realizando manifestações, discussões e intensificando a Operação Padrão em protesto contra o descaso do Tribunal de Justiça, que segue com sua intransigência em negociar com a categoria.

“Se não houver mobilização, nossas reivindicações não serão atendidas. Não há alternativa jurídica para a situação da data-base e a falta de reposição. Nossa única defesa é a luta, através da pressão interna com a Operação Padrão e a denúncia pública das nossas condições de trabalho, com as manifestações. Portanto, cada servidor que quiser ter um salário maior e melhores condições de trabalho tem que participar”, explicou Coviello.

“Mantida essa defasagem ocorre uma perda mensal de cerca de R$ 500,00 por mês para um escrevente, por exemplo. E a reposição salarial de 14,69% é possível, pois estudos feitos pelos servidores [uma comissão de judiciários participou, juntamente com membros da área de Orçamento e Finanças do Tribunal na elaboração da peça orçamentária para 2009], com números do próprio TJ, apontam que existem recursos para o pagamento dessa reposição à categoria”, informou o presidente da Assojubs, integrante da mesa de negociação, aos companheiros de Guarulhos.

Para Milito, delegado regional da Assojubs em São Paulo, existe uma diferença de classes dentro do TJ. Enquanto para a magistratura tudo é aceito e acolhido, para os servidores, os que produzem, não há respeito por suas solicitações e direitos. “Só nos resta a indignação e a luta, pois somente assim seremos atendidos”.

Representando os servidores de Guarulhos, Inaldo Martins, declarou: “Essa luta não é apenas nossa, dos servidores, é uma luta também pelas condições de vida dos nossos familiares e nós precisamos nos conscientizar disso para avançar”. A reflexão de Martins sobre a luta dos servidores do judiciário emocionou os participantes, que aplaudiram bastante e ressaltaram, em várias manifestações, a grande indignação que existe hoje na categoria.

Revoltados e insatisfeitos com a postura do TJ, os servidores propuseram duas ações, acatadas pela maioria: um dia de paralisação e a elaboração de uma Carta Aberta no intuito de chamar a atenção de advogados e população para as mazelas vivenciadas no cotidiano e colocar em evidência o desrespeito que o Tribunal demonstra por seu quadro funcional.

Ambas propostas serão levadas pela Assojubs para a reunião entre as entidades no próximo dia 15 de maio, em que os dirigentes discutirão os rumos da Campanha Salarial.

Operação Padrão por tempo indeterminado a partir de 13 de maio
A partir da próxima quarta-feira, 13 de maio, terá início a Operação Padrão por tempo indeterminado. A decisão de intensificar a prática foi definida pelo conjunto das entidades representantes da categoria em reunião realizada no dia 04, em São Paulo.

Servidor, essa luta é sua e vale a pena!

13 de maio – início da Operação Padrão por tempo indeterminado

13 de maio – paralisação por uma hora em todas as comarcas do Estado