07/07/10

Assembleia Estadual
Violência e tumulto: PM agride servidores na Praça João Mendes


Terminou em tumulto e violência a manifestação dos servidores do judiciário paulista na Praça João Mendes, Capital, na tarde desta quarta-feira, 07 de julho, ao encerramento da Assembleia Estadual da categoria.

A Polícia Militar, pelos homens da Força Tática e Tropa de Choque, agrediu os servidores presentes à Assembleia com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta, transformando o local em uma praça de guerra. Diversos judiciários e transeuntes ficaram feridos e passaram mal por inalarem o gás.


A confusão teve início ao final da Assembleia, quando os servidores promoviam um abraço simbólico em torno do Fórum João Mendes. A polícia - sem motivo aparente, pois a manifestação era pacífica - se descontrolou e, como em situações anteriores de protestos do funcionalismo público, partiu para a agressão, promovendo cenas de selvageria.

E mesmo sob os apelos dos servidores, que clamavam para que o ataque cessasse, o contingente policial seguia com a truculência, atingindo aos que em sua frente surgissem, inclusive mulheres. Uma pessoa alheia ao movimento que por ali passava chegou a desmaiar após ser atingido, sendo levado desacordado para uma unidade de atendimento médico.


A greve continua!
Antes do tumulto, com a participação de servidores das diferentes comarcas e prédios da Baixada Santista, Grande São Paulo e Interior, a Assembleia Estadual deliberou pela continuidade do movimento grevista, tendo em vista que a negociação com o Tribunal de Justiça segue em um impasse.

A categoria também aprovou as demais propostas: nova Assembleia Estadual na próxima quarta-feira (14/07) na Praça João Mendes; realização de Assembleia em Brasília (data a ser definida).


Reunião com o TJ não apresenta novidades
Novamente a Comissão de Negociação, que tem a presença dos representantes da Assojubs Alexandre dos Santos, presidente, e Luiz Milito, diretor de Comunicação, e o TJ estiveram reunidos. O encontro antecedeu o início da Assembleia, mas nenhuma proposta foi apresentada pela cúpula do Órgão, que segue com as mesmas promessas e condiciona a negociação ao término da greve.

Os desembargadores William Roberto Campos e Samuel Alves de Melo Júnior foram os escolhidos para receber a Comissão de Negociação. Em meio a muita discussão, os representantes da categoria alegaram que seria necessário dispor aos judiciários uma proposta concreta, com viabilidade de cumprimento.


Os magistrados, então, deixaram a sala do sexto andar do Palácio da Justiça, onde houve o encontro entre as partes, e se reuniram com Viana Santos, presidente do TJ, espera que durou cerca de 50 minutos. Ao retornar, assumiram o impasse: nenhuma mudança na oferta já feita para a categoria, ou seja, o percentual de 4,77% de reposição por meio de um Projeto de Lei para ser votado pela Assembleia Legislativa e a possibilidade de suspender os descontos em contrapartida a um mutirão para colocar o serviço em dia, isso após a aceitação do Órgão Especial.

Sobre a reposição vir através da gratificação judiciária, ao invés de um PL, os desembargadores negaram essa opção, pois, segundo afirmaram, de acordo com a Lei Eleitoral, nenhum reajuste/reposição pode ser concedido em ano de Eleições.


Tal informação foi retificada pelas entidades e reafirmada durante a Assembleia. O que ocorre é que não pode haver reajuste salarial e não reposição das perdas inflacionárias, sendo essa outra manobra do Tribunal para não ceder nas negociações e aceitar a proposta da categoria, demonstrando novamente sua postura intransigente.

Apoio parlamentar
Como de costume, os deputados estaduais Carlos Gianazzi (PSOL) e Olímpio Gomes (PDT) estiveram presentes à Assembleia da categoria, reforçando o apoio à causa dos servidores e levando palavras de incentivo, força e motivação para a continuidade da luta, que ultrapassa obstáculos e supera barreiras a cada dia.