Nesta quinta-feira, 05 de agosto, o movimento grevista de 2010 dos servidores do judiciário paulista chegou ao seu 100º dia. E como deliberado na Assembleia Estadual de 28 de julho, foram realizados atos de protesto, das mais variadas forma, em todo o Estado.

Santos: bolo pelos 100 dias 100 justiça
Nem mesmo a chuva impediu os servidores de participarem de um protesto pelos 100 dias 100 justiça na Comarca de Santos. Muitos judiciários, inclusive, pouco descansaram da viagem para Brasília (DF), estando presentes ao ato que aconteceu em frente ao prédio do Fórum Cível.

Trajando camisetas pretas com a frase "100 dias 100 justiça", simbolizando a morte da crença na justiça por parte de seus funcionários, os grevistas – de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Ilhabela – se organizaram e formaram um cordão humano com o número 100 à entrada do prédio, tudo registrado pela imprensa local que esteve fazendo a cobertura.

Após as explanações dos dirigentes da Assojubs, Alexandre dos Santos, presidente, e Hugo Coviello, secretário geral, sobre a ida à Capital Federal, que resultou em um pedido de providências pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao Tribunal de Justiça, cobrando explicações sobre a demora no julgamento do dissídio coletivo da categoria e os descontos dos vencimentos dos servidores grevistas se o dissídio ainda se encontra em andamento, e a Audiência Pública para discutir questões relacionadas à paralisação dos judiciários, cuja pressão culminou em uma reunião entre a Presidência do TJ e uma comissão de deputados estaduais para tratar das reivindicações pleiteadas pelo movimento, os participantes fizeram 100 segundos de silêncio e distribuíram o bolo que marcou a data.

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Capital: encenação em frente ao Fórum João Mendes
Na Capital, o protesto pelos 100 dias 100 justiça foi promovido por um grupo teatral amador, formado por servidores grevistas, entre eles o diretor de Comunicação da Assojubs, Luiz Milito, que organizou uma encenação em frente ao Fórum João Mendes, região central de São Paulo, no início da tarde.

Intitulada “Fora da Lei e da Justiça”, a peça, elaborada por João Francisco e com a colaboração de diversos colegas, teve a duração de 15 minutos e retratou a pressão exercida dentro de um cartório sobre os servidores, bem como a violência cometida pela Polícia Militar no dia 07 de julho aos participantes da Assembleia Estadual, fato ocorrido ali no próprio local da encenação, a Praça João Mendes.

Americana: cortejo fúnebre
Em Americana, os servidores da Comarca realizaram, no 100° dia do movimento grevista, um funeral, em que todos lamentaram pela morte da Justiça. No “velório”, não faltaram as tradicionais coroas de flores e faixas com os dizeres: “Saudades dos servidores", "Com pesar, da família forense", "Condolências dos pelegos" e "Justiça, sua passagem foi breve. Sua obra, eterna".

Após algumas falas dos servidores e orações, o cortejo fúnebre seguiu até o prédio do Ministério Público local, em que deu-se continuidade à reza e outras palavras de protesto. Todos os presentes, vindos também de Sumaré, Hortolândia e Santa Bárbara, durante o ato, pelo luto, vestiram preto.

Reunião entre o TJ e uma comissão de deputados
Como dito pelo desembargador William Campos na Audiência Pública realizada na Assembleia Legislativa, na quarta-feira (04), foi agendada uma reunião entre a Presidência do Tribunal com uma comissão de deputados estaduais para tratar das reivindicações da categoria.

E esse encontro acontece hoje, sexta-feira, às 14 horas. Tal como também discutido na Audiência Pública, na sequência, o pleito será encaminhado ao governador do Estado, Alberto Goldman (PSDB).

Fotos Capital: Edilson Silva/Aojesp
Fotos Americana: Marcos Miranda