05/08/10

Servidores em Brasília
Mais de oito horas de protesto em frente ao CNJ


Brasília nunca mais será a mesma após a passagem por lá dos servidores do judiciário paulista, que durante a terça-feira, 03 de agosto, realizaram atos públicos em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), o qual também abriga o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na Praça dos Três Poderes.


Num total de 20 ônibus, com mais de 800 servidores vindos de 50 diferentes comarcas do Estado estiveram reunidos na Capital Federal. O clima seco e o sol escaldante característicos da cidade, não foram suficientes para impedir ou desgastar a mobilização, que perdurou por mais de oito horas seguidas.

Pela manhã, os servidores uniram forças com as assistentes sociais de todo o país que realizavam um protesto pela aprovação da redução da jornada semanal de trabalho de 40 para 30 horas. Em conjunto, foi organizada uma passeata pela Esplanada dos Ministérios, encerrada à entrada do STF.


Revezando-se ao microfone, representantes de entidades, prédios e comarcas puderam se expressar, passando informes de sua região ou sobre o movimento, com falas em incentivo à luta ou pequenos versos com palavras de ordem.

Estiveram presentes ao protesto os deputados federais Vicentinho (PT/SP) e Fernando Chiarelli (PDT/SP), Ivan Valente (PSOL/SP) foi representado por seu chefe de gabinete. O ato ainda contou com o apoio de sindicalistas da Universidade de Brasília.


Um dos objetivos do ato em Brasília era conseguir agendar uma reunião da Comissão de Negociação com o corregedor nacional de justiça, ministro Gilson Dipp, que acabou não recebendo os servidores.

Os dirigentes de entidades protocolaram pedidos de audiência no CNJ e apesar da longa espera por uma reunião, que acabou não ocorrendo, com o corregedor Nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, a ida até a Capital Federal, além de histórica, surtiu efeito.


O CNJ, através de um pedido de liminar protocolado pelas entidades, oficiou o TJ, cobrando esclarecimento sobre a demora no julgamento do dissídio e o motivo de aplicabilidade da suspensão em folha de pagamento dos servidores, sendo que o dissídio se encontra em andamento.

O prazo dado pelo CNJ para que o Tribunal Paulista dê suas explicações a respeito é de 72 horas, a contar da notificação eletrônica, ou seja, se encerra nesta sexta-feira. A espera agora é de que o TJ acate a decisão do Conselho.