03/04/09

Colégio de Líderes da Assembleia “dá o cano” em representantes dos servidores

A reunião estava marcada há uma semana. Os representantes a postos, meia hora antes do combinado. No entanto, a reunião entre as entidades dos servidores do Judiciário de São Paulo e os líderes partidários da Assembleia Legislativa para discutir a votação do Plano de Cargos e Carreiras não ocorreu, pois os parlamentares anteciparam a discussão deles em uma hora e os representantes dos servidores sequer foram avisados do cancelamento do encontro.

Após muita discussão e peregrinação pelos gabinetes da casa, foi confirmada com a assessoria do deputado Barros Munhoz (PSDB) um nova reunião para a próxima terça-feira, dia 7 de abril, às 14 horas.

Dessa forma, fica demonstrado mais uma vez a pouca importância que é dada aos servidores públicos do Judiciário pela maioria dos parlamentares paulistas. Companheiros vindos de Franca, Sorocaba, Ribeirão Preto, Osasco e Santos se deslocam por longos trajetos e recebem como resposta o descaso.

Pior. Além de não serem recebidos, receberam informações nada animadoras.

Desta vez foi o deputado Campos Machado (PTB), uma das lideranças governistas, que afirmou no corredor de entrada da sala do Colégio de Líderes, “que o Plano dificilmente vai ser aprovado porque lá no Bandeirantes [Palácio dos Bandeirantes, sede do governo] não querem pagar a conta”. A declaração do deputado diante de representantes do judiciário até contemporizou com o Tribunal de Justiça. Segundo ele, “além dos R$ 120 milhões para implantação, existe um custo de mais R$ 150 milhões entre previdência e benefícios [qüinqüênios, sexta-parte], um custo complicado para o governo”.

Confirma-se, então, o que a Assojubs divulga há algum tempo: existe um entrave político para a votação do Plano de Cargos e Carreiras que passa pelas diretrizes do Governo do Estado, da coligação PSDB, DEM, PPS, que detém imensa maioria na Assembléia e controla as votações e aprovações de projetos de acordo com seus interesses políticos.

É hora de cobrar não apenas o TJ, mas também os deputados da base governista, formada por parlamentares do PSDB, PTB, PMDB, PDT, PSB, PP, PV, DEM e PPS. E não só os parlamentares na Assembleia Legislativa, mas também todos os parlamentares e políticos desses partidos em todas as comarcas do Estado, exercendo pressão e cobrando o comprometimento político com a categoria dos servidores públicos do Judiciário.

Afinal de contas, quem não apóia este governo, não se alia à postura política desses partidos.